domingo, 30 de dezembro de 2007

FACTOS SEM ADVÉRBIOS DE MODO

1) Porta 65 (a inclusão deste tema aqui é da responsabilidade de incitações alheias que me pediram para dedicar umas palavras à problemática infra):

Termina dia 3 de Janeiro de 2008 o prazo para apresentação das candidaturas ao programa “Porta 65”, dedicado a regular os incentivos estatais (ou serão estaduais? é mesmíssima coisa Caros, sempre poucos, os incentivos, entenda-se) ao arrendamento jovem. Sem me dedicar ao estudo acerca dos critérios da concessão de tão desembaraçada ajuda, li em diagonal olhar que, embora atendendo ao tipo de habitação e respectivas assoalhadas, bem como à localização geográfica do prédio in casu, tais critérios são exíguos na atribuição desses mesmos auxílios.
Não consigo pronunciar-me com inteira distância nestas questões, pois embora me considere e propale a ideologia socialista [não a socratiana ou será socrática (porra, acho que é mesmo só a segunda forma), que faz lembrar, em parte, o Realismo Socialista)], visto que conceptualizo um Estado Intervencionista, não reúno elementos suficientes para considerar da necessidade do “apertar” de cinto por parte do Estado Português, outrossim, neste particular.
É bem plausível que pudesse, o país, ter continuado com mais lautas ajudas, todavia as SCUT’s não vão ser transformadas em locais de colecta, o que representa um grande esforço do país e de todos nós… Mais? Quero crer que o investimento público, um remédio sempre de prazo, cresça face aos anos anteriores, pena que sempre apenas com obras faraónicas…
E depois o que é que se atinge com o incentivo ao arrendamento? É certo que este último está demodé, mas isso resultou apenas do imenso incremento da facilidade no crédito bancário, o crédito à habitação… Não discutamos a primazia de um direito real sobre o outro, meramente de gozo (gozo porque se usa e não ridiculariza, não obstante isso sempre ser possível e poder motivar indemnizações porque o inquilino tem a obrigação de restituir a coisa no estado em que a encontrou, excepto, é claro, o que se perdeu com a normal fruição de tal imóvel – cfr. Cód. Civil); mas fica para trás, ainda que não completamente, a crise no sector do arrendamento…
Urge agora voltar em força à compra de casas, porque elas estão aí edificadas e o ritmo não é para parar… Facilite-se, pois, novamente os juros bonificados para os jovens e todas essas medidas estatais ou estaduais, mas sobre um direito real pleno, o maior de todos, o de propriedade.
Sem mais demoradas considerações, nesta matéria tolere-se o Governo; censure-se, de chicote, as constantes danças de pavão governamentais nas esquadras, nos tribunais, junto da Ordem dos Advogados ou do Sindicato dos Magistrados. Deixem-se de “conares” e trabalhem de acordo com o tão basilar princípio da separação dos poderes (três, na conceptuologia de Montesquieu).



2) Abroad:
Benazir Bhuto quinou ou, em bom rigor, foi quinada. Atentado terrorista? Sem dúvida, ordenado pelo Governo Paquistanês… Vi, à coisa de semanas, o líder desse auto-intitulado governo democrático, justificar o porquê do recolher obrigatório nas grandes cidades: essencial à efectiva concretização da democracia e evoluir do país. Brilhante. Conseguiu-o. Como? Não sei, mas em tamanha e hedionda lógica há espaço para tudo. Até para o Bin Laden entrar nesta história como responsável da morte. Não foi ou pode ter sido, eu não sou das Secretas, mas que choca mais uma morte, quase em directo, como esta, horroriza, sim. Ah e perante este crime político que fizeram os “Polícias do Mundo” (EUA). Nada? Não senhor, eles actuaram… Os EUA investem dinheiro na segurança do arsenal nuclear do Paquistão; digamos que o Paquistão é aliado dos EUA, na já secular estratégia norte-americana de presença junto dos seus rivais: China e Rússia. É o bastante por hoje.

domingo, 23 de dezembro de 2007

A bola

Em nótula prévia, gabar o meu país. Somos o melhor do Mundo. Em quê? Em ressurreições… O Bento XIV, embora por ora estejamos na quadra natalícia e não na pascoal Quaresma, deve olhar para nós e pensar: “Aquela pontita de terra é um paradigma dos ressuscitares.”
O Sport Lisboa e Benfica, afinal, ainda pode ser campeão, bem como os leões que já levam quatro vitórias consecutivas… Há uma semana atrás o título estava entregue à capital do trabalho (ah, isso foi noutros tempos) e o próprio Rui Costa já proferia frases do tipo “Temos de dignificar a camisola”, o que traduzido do futebolês, é qualquer coisa assim “Isto está perdido, mas para receber o salário temos de cumprir o calendário.”; porém, eis que aparecem todos relançados à conquista. Sim, a conquista do segundo lugar.
Não sou muito de aplaudir ou corroborar as frases dos outros, mas dizia o Mourinho, quando ainda em Inglaterra: “Ser campeão em Portugal é fácil”. É claro que ele pressupunha um mínimo de competência, que até sinto que o Professor Jesualdo tenha, mas, como já propalara em anteriores posts, falta-lhe a ousadia, a arrogância instrumental…
Posto isto, se no plano interno o F. C. Porto será campeão, já a nossa prestação na Liga dos Campeões encerra-me grandes dúvidas… Estes alemães do Schalke 04, não subestimados, serão facilmente ultrapassados, pressupondo é claro que até à data desses jogos o Porto não quebre fisicamente (o aspecto preponderante nestes jogos). Depois, olhando a crónica timidez do Prof. Jesualdo, ou temos a sorte dos jogos em lances pontuais ou o óbvio será mesmo o desfecho natural – eliminação (sempre se sublinhe que atingir tal patamar é, em si, um grande feito, sem prescindir, no entanto, que a equipa do F. C. Porto podia ser mais potenciada).
É este o Arauto da Bola.

sábado, 22 de dezembro de 2007

Soltos Respirares

Sempre adorei recostar-me e saborear os segundos que os outros ainda ocupavam; gostava (e confesso que gosto) da primazia… Pergunto-me o porquê deste culto social? Que particular mérito tem quem executa mais depressa? Sabemos, sem margem para dúvidas, que nesse executar apenas se distingue o lapso de tempo no efectivar daquele, um marco meramente físico, daí se perguntando, porquê distingui-lo?
Não raras as vezes, não se trata apenas de destacar a diferença na rapidez da execução, mas outrossim na celeridade do equacionar e resolver mentais… Nesse contexto, elogiem-se tais velocistas.
Todavia, como se alcança toda uma encosta, senão lenta e de respiração funda? Como se beija uma mulher, senão saboreando todo o seu lábio? Como se ama uma mulher, senão rindo, chorando, sofrendo e comemorando, tudo na inerente necessidade da vasta sequência temporal? Elogie-se, destarte, duplamente tais fundistas. Até o futebol nos ensina isso, atribuindo sempre o título de campeão nacional à mais regular das equipas e não ao mais vistoso dos futebóis praticados.
Em tudo, a dicotomia entre o pico e o planalto, como se este não fosse ponto alto bastante…
E porquê esta música a ilustrar as presentes frases? Além do inquestionável acerto da sua mensagem o erro do autor na sua literalidade. Dúbio? Então, certo na sua pluralidade significativa…

Horizontal Vida

Finda o ano, no certo correr do tempo;
Transita de sete para oito,
No mais, uma ordinária segunda para terça,
No menos, o tempo perdido que esvaneceu…

Em pleno erro de não saber ser,
Vivo no decurso do Tempo,
Espero um forte relâmpago e um intenso ecoar de trovão,

Enfim, sou um vulgar humano,
Atirando ao destino a sorte da felicidade,
Aquieto-me num longo suspiro,
De um cansaço que nem vivenciei.

A ambivalência do engenheiro e do filósofo;
essa bi-dimensionalidade do certo cálculo e do acto criticado;
a certeza de palas ou o hesitar da escolha;
ao meio, no sempre certo plural de tudo…

Eis, pois, o desfecho sempre mutável.

sábado, 1 de dezembro de 2007

FUTEBOL

Num mundo de impessoais vivências,
Espanta-me o fenómeno global da Bola,
Haver um denominador comum em tantos dias de egoísticos afazeres,
Como pára o tempo, naquelas duas horas de jogo…

Naturalmente que há os desalinhados, sempre os haverá,
Só reforçando a pessoalidade e voluntariedade da crença de quem assiste.

E se os intérpretes do futebol nos fascinam com toques de majestosa subtileza,
Toques de infinita variedade no esférico,
Há outra força além relvado, além estádio, além nós;
Deságua no alto duma identidade, regional, nacional,
Mas indubitavelmente colectiva.
Guerras de povos ou civis, dessas almas de ser…
Assim são as horas de Mundiais e Europeus e jogos demais.

À bola que, de tão plural que é, todos podemos jogar.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Vagueio

9h da manhã. Aproxima-se a hora do julgamento, de mais um - julgamento raro este nos dias de hoje (cujo veredicto será a absolvição) - porque todos, a final, somos culpados. Entrementes é a hora do trânsito, da fila lenta e desinteressante. Aproveito para correr pensamentos absurdos, como este: sou filho dum mundo televisivo. Isto porque há minutos vira uma reportagem sobre a passagem da barragem de Cahora Bassa para o completo domínio do Estado de Moçambique. De imediato, ao contrário de outros, que lembrariam a Guerra do Ultramar, rememorei a Guerra Civil. A Frelimo e a Renamo. Foram (e são) muitos os meus almoços, com o jornal das 13h como pano de fundo, à míngua de tema. E se as notícias televisionadas fossem mentira? Tudo fosse fruto da recriação e produção humanas… A ironia é que são mesmo…

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

O MALDIZENTE

Encostado a uma grade que delimitava a zona da Cimeira Europeia de Lisboa, junto ao Pavilhão Atlântico, naquela Quinta-Feira, dia 18 de Outubro, pelas 22h47, o ancião desalojado sentia já os rigores daquele Outono. O vento do Tejo arrepiava-o. Tanta altercação, ruído de sirenes policiais perturbava-lhe o início do sono, naquele caixote de frigorífico whirlpool, que usava já ia para duas semanas.
Farto do cansaço de não adormecer, revirado na vontade de acalentar, levantou-se e questionou o polícia mais perto (terá percorrido 139 metros até encontrar um, já que a 150 metros estava uma dúzia deles)… – Ai é uma coisa da União Europeia! Para quê? (sim, um normal polícia não perderia tempo a responder para além de uma simples linha declarativa, mas este excedeu-se, talvez para se aquecer do frio ventoso do Tejo): – Estão a tentar acordar um Tratado… Querem muito, querem, quer dizer, quer o Sócrates, que seja o Tratado de Lisboa… Isto é coisa para a noite toda…

O resto desta história não sei. Provavelmente perder-se-á no tempo. Eterno será sim o Acordo ontem celebrado a assinar a 13 de Dezembro de 2007, no Mosteiro de Jerónimos. Orgulho-me de ali estarem dois portugueses, Sócrates e Barroso. Enfim, a Europa ao Canto. Dir-se-á, como disse Jerónimo de Sousa, somos uns fantoches dirigidos por uma Alemanha que, per si, decidiu o teor do Tratado. Todavia, o mesmo Jerónimo gosta de correr o país lés a lés, em auto-estradas. Gosta muito de reclamar os fundos europeus, para a pobre agricultura ou a falida indústria portuguesa… Perdemos soberania, pois perdemos, mas como ensina o Mestre Adam Smith, “não há almoços grátis”… Congratulemo-nos pelo papel interlocutório em tudo isto. Perguntar-se-á: se fosse outro país, por exemplo, a Áustria a dirigir as negociações, tudo teria chegado a bom porto? Respondo: Não. Tentaram antes e não o lograram. Portugal mostra-se como uma meretriz internacional. Lembre-se aquela mini-conferência nos Açores, Portugal, Inglaterra, EUA (claro) e Espanha. Apoiámos o Iraque à época. Vistas bem as coisas, na Europa, só a França se opôs, à invasão. A Alemanha manteve-se relativamente silenciosa, apenas com umas “reuniões” de fachada. O quanto não se divertirá o Nuno Rogeiro (sempre me perguntei se ele gosta de Rojões – tem nome disso, mas desculpem) a debruçar-se e compreender todo este xadrez político-diplomático…
Vamos a factos: em Lisboa, no dito porto seguro da União Europeia, houve acordo, sob a égide de José Sócrates, presidente do Conselho Europeu, e do presidente da Comissão Europeia, José Durão Barroso (ah, estava lá, outrossim, um tal de Javier Solana que ajudou qualquer coisita) para a celebração dum Tratado Reformador… Parabéns PORTUGAL. Será desta que a Europa terá uma só voz? Descreio, não obstante os interesses nos mercados económicos…



sábado, 6 de outubro de 2007

À VIDA

Na sempre certa sabedoria popular, propala-se que “Burro velho não aprende línguas”, para logo a seguir se clausular, em novo adágio da grei, “O saber não ocupa lugar” ou “Mais vale tarde do que nunca”. Desde sempre abominei o apelidado “Senso Comum”, até porque, não raras as vezes, é endeusado por muitos dos terráqueos e por estes tomado como a Verdade Absoluta.
Como me rio deles. Como troço. Como os achincalho, tão certo me acho. Como zombo do conforto da ignorância e no fiar da teoria alheia. Gabo sim, entre muitos outros, a intrepidez de João Garcia que tanto cume alcança, mesmo depois do pico mais alto do Evereste…
Sem dúvida, “Mais vale tarde do que nunca.”. Ainda miúdo sempre fiz rosto carrancudo à sopa, ao peixe/bacalhau cozido com batatas, a tomar banho, a lavar os dentes, a ler e até a socializar… Da pressa de um dia de trabalho, nada melhor que uma sopa quente e silenciosa ou um peixe cozido que revela serena horizontalidade. Do esforço de um jogo de futebol ou de ténis ou, simplesmente, do esforço de um jogo, nada melhor do que um banho que faz retomar o fôlego ou um banho que lava a alma e o pensar, depois do eclodir de maçadas ou importunações…
Todo este post para quê? No questionável predicado literário do mesmo, deixo aqui, por detrás destas linhas, o sorriso que me enche a alma, me fez evoluir e alargar visões e sensibilidades. Rejeite-se a Modorra e incite-se o Afoitamento.

domingo, 23 de setembro de 2007

Carácter de Gola

AO SEU TEMPO, EM RElVAS De SUA MAJESTADE, HAVIA QUEM JoGASSE À BOLA E QUEM EXECUTASSE, COMO QUE EM POnTAS, PINCELADAS DE FUTEBoL SUBLIME. ErIC CANTONA. EU ESCOLHO O GOLO EM QUE A JOGADA SE INICIA NO MEIO-CAMPO E ELE CONCLUI COM UM DIVINO CHAPÉU. O MELHOR CHAPÉU DE SEMPRE DO FUTEBOL. EU, A DEDICAR, DEDICO-O A TI QUE ESTÁS AQUI.

sábado, 22 de setembro de 2007

Euphony

MOfINa A HORA,
EREMÍTICO FORÇADO NAQUELE QUARTO,
DESCE A ALMA AOS PÉS.

EXORA A SUA VOLTA,
IMPOSSÍVEL QUE ELA É.

NO QUE SAbE NÃO PUDER SER,
REVELA E PRESSAGiA o QUE SERá.

PALPOU-LHE A DImENSãO,
AQUILATOU O QUE NUNCA QUERER SACRIFICAR
E ASSIM SE RESOLVEU.

ELA, DESCRENTE NA SUPERAÇÃO DO DELITO,
APENAS COEXISTE SEM SER.
NO AUTO-DESVANECER, NO SUMIR ENTREMENTES,
PARA, DEPOIS, OLVIDAR E DAÍ EMERGIR O QUERER PASSIONAL (NUNCA MORTO).

TERMINAM UNIDOS NO ArDIL DA PAIXÃO,
QUE NOVAMENTE, EM MoVIMEnTo DE RéPTIl,
SE ASSUME COMO AMOR.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

ROGER FEDERER: POESIA NO COURT

Nunca vi jogar Bjorn Borg; ignoro o que sempre li ser um jogador quezilento, embora brilhante, McEnroe pois; há ainda, entre muitos outros, Pete Sampras, no seu estilo sóbrio e com aquele ar carismaticamente campeão.

http://www.youtube.com/watch?v=2Hp-EArV6s8

http://www.youtube.com/watch?v=YAT0LxVUf3s&mode=related&search=

Sobre todos eles, no Olimpo humano exibe-se, sem arrogância que não a do seu jogo, ROGER FEDERER. Estamos todos rotinados com o som que resulta da imprensa e da voz popular, sempre destacando as fortunas milionárias que eles, os tenistas, auferem. Ignorámos ou lateralizámos o esforço de vencer uma Grande Prova, os ditos Grand Slams, em que os tais tenistas jogam diariamente, na tentativa de atingir a final. Federer nunca arranca, nos tais inícios de torneios, em que supostamente encontra adversários mais fracos (isto atendendo aos rankings), na plenitude da sua forma, eu diria até diferentemente, na plenitude do seu jogo. Até avento que a forma física esteja lá, mas além dos dons mais óbvios, Federer tem o dom de jogar quanto baste, um baste que sempre se superioriza aos seus adversários. Adapta, modela o seu jogo conforme pensa. É absolutamente gigantesco na virtualidade técnica das suas raquetadas. Fraquezas? Tem-nas. Rafael Nadal desnudou-as. No Roland Garros deste ano, à imagem do ano passado, na final encontraram-se Nadal e Federer. Segunda vez consecutiva que o espanhol venceu. Permitam-me, eu que assisti ao desenvolver do torneio e à chegada de ambos os jogadores à final, afirmar o seguinte: Nadal é um portento físico e isso impôs-se perante um Federer humilde e fisicamente inferior. Ganharam os músculos sob a beleza das pancadas do suíço.
Todavia, é indiscutível: Federer é o melhor tenista de todos os tempos. E ainda joga. Digo eu e dizem outros grandes tenistas. Assistam. Deliciem-se. Ele é o ténis no seu máximo.

sábado, 25 de agosto de 2007

F. C. PORTO – SPORTING C. P. (DIA 26 DE AGOSTO DE 2007, PELAS 20H45)

Rolará a bola amanhã, na Nau Portista (experimentem atravessar a ponte do Freixo, no sentido Freixo-Arrábida, levantem o olhar para além das faixas de rodagem e vislumbrem lá no cimo: é uma caravela), vulgarmente denominada como Estádio do Dragão, com novo jogo entre as duas melhores equipas portuguesas da actualidade.

[Chamam Reds aos de Liverpool, Red Devils aos de Manchester (United) e parece que Pink ao SLB da nossa capital, os “Somos Lixo Biodegradável”… Sim, foi a piada fácil, mas caio na mortalidade do limite do meu humor e me constrinjo ao superior mestre, o Sr. Luís Filipe Vieira. Depois de, tanto quanto vão decidindo os Tribunais, um presidente dos Pink ter exemplificado como destruir um clube de forma ilícita, temos agora superior executante ao demonstrar precisamente a mesma coisa, mas de forma lícita, o que, aplaudamos, é bem mais difícil. Consequência? O Braga em terceiro lugar no final do campeonato. Que se espera duma equipa que, no auge da sua força, apresentará o seguinte onze, no 4-3-3 de Camacho: Quim, Nelson, Luisão, David Luís, Leo, Petit, Katsouranis, Rui Costa, Cardozo, Adu e Bergessio/Fábio Coentrão/Di Maria. E quando terá Camacho estes onze jogadores simultaneamente aptos (já nem digo em boa forma)? Além de pobre nos diversos aspectos do jogo, táctico, técnico, físico, etc. é um plantel demasiadamente curto. Falhe, pois, Sr. Camacho, mas ateste-se a santa e lícita competência do Presidente Vieira]

Mas vamos ao futebol. Como eu já denunciara neste blog, de afoito nada tem o Prof. Jesualdo, uma vez mais o denotando no jogo da Supertaça. Paulo Assunção, Raul Meireles e Marek Cech? Na frente, Quaresma, Adriano e Lisandro, sendo que este último, no momento defensivo, ocupava-se de maniatar o Miguel Veloso. Para atacar, quem coordenava a bola e sua distribuição? Raul Meireles naturalmente que não, muito menos Marek Cech… Pois, era o Quaresma, que teria de sair da linha e perder-se todo o seu virtuosismo… Por outro lado, sem um médio de transição rápida, como o Lucho Gonzalez sabe ser, emperrou o Porto na saída para o ataque, vindo Quaresma e Lisandro buscar bola à linha de meio-campo, tornando impossível progredir ou muito mais penoso… Na frente, primeiro Adriano e depois Postiga a descaírem para as alas, saindo do meio, perdendo-se pois presença na área sportinguista e, igualmente grave, sem aparecer um médio de trás… Tudo mudou com o Braga, ainda que a um nível muito embrionário, já que Lucho integrou o onze titular e tratou de intermediar a ligação defesa-ataque…
Para Domingo, e custa-me reconhecer, o meio-campo leonino é melhor que o portista. Miguel Veloso, João Moutinho, Romagnoli, fora o outro quarto elemento do losango são extraordinariamente bons, individual e no jogo que, em conjunto, praticam. Há, contudo uma brecha: Izmailov e Vukcevic. Um destes ocupará o quarto vértice do losango, o mais débil pois claro, pela menor qualidade dos jogadores (embora o potencial possa estar lá, não será já que será completamente consubstanciado, nem perto disso), espaço de terreno esse para o Porto aproveitar, ainda que seja longe da baliza do Sporting, mesmo quando este esteja a defender muito atrás… Quanto aos sectores da defesa e do ataque, embora as equipas apresentem níveis idênticos de qualidade (com o ataque sportinguista a ser melhor no primeiro momento de pressão e o do porto tecnicamente mais virtuoso, entre muitas outras considerações que se poderiam tecer) penso que não sou parcial se afirmar, como afirmo, que o F. C. Porto, nestes dois sectores é superior ao leões.
Resultado? Três a zero, assim mesmo, três para a equipa da casa. Antevejo uma entrada muito forte e dura do Porto, com um golo nos primeiros 25 minutos e outro no cair da primeira parte. Na segunda parte, com a sorte do jogo do lado da casa, mais um golo e vitória, eventualmente excessiva, para o F. C. Porto, pelos tais três golos.

Por fim, uma nota para a Selecção. Não, nem uma nota, nem uma moeda. Zero. Tolerância zero como aqui há tempos no malogrado IP5, hoje auto-estrada. Joguem à puta da bola, caralho.

segunda-feira, 18 de junho de 2007

PORTUGAL

Nas largas terras deste novo Mundo,
Que caminham para o seu encurtamento,
Vive Portugal e seus pátridas,
Vive o Mundo e seus descendentes.

Novas ordens, mais lauta variedade,
Tudo para, no fim como no início,
Não se alcançar o desejado.

A paz teima em ser uma palavra,
O amor e a paixão circunstanciais,
E o meu Portugal?

Fica na sombra, sem almejar ser o Sol.
Pessoa, o mestre, escrevera como quem por algo clama:
“– Falta cumprir-se Portugal”.

Anos volvidos, mortes acontecidas,
O mesmo medianismo fruto dum inexpurgável provincianismo.
Nem tampouco invejo Noruega, Suécia, Dinamarca ou Finlândia,
Nem ignóbil me faço e rememoro o Portugal de D. João V;
Não, só suspiro pela modernidade intelectual e o fim da apatia comportamental.

Irónico? Sim, deveras.
Até eu que ora escrevo,
Cedo e não me cumpro.

À barca, à barca, ao leme, ao leme,
Força no carácter e certeza no sentido.
Assim seja Portugal e eu também.

segunda-feira, 28 de maio de 2007

PAIXÃO

Aguda, dolorosa e prazerosa
Assim é ela quando me percorre,
Agora parada no tempo
Espero que nasça e me renove.
Não espero, procuro-a,
Chego-me e afasto-me de ti
Porque assim tem de ser,
Rio e choro, espero e procuro,
Ouço e falo, não actuo e critico.
Por ora vou dormir,
Sabendo, porque sinto,
Que tu me corres no corpo,
Na alma e em mim.
É onírico ter-te sendo isso efectivo.





EFÉMERO

Como o repentismo dum raio
Quando morre na superfície da Terra,
Cruzamo-nos na virtualidade de nada ser,
Acabámos beijados na doce percepção da magia.

Cada segundo contigo corre na pressa dum fugitivo,
Cada dia sem ti flutua lento sem encontrar a foz,
Sei da celeridade imensa que nos marca,
Mas sei, e muito, do gosto da tua pele e da marca do teu olhar.

Abro a minha imaginaçao,
Recordo a força da firmeza insistente do jogo contigo,
Quero ganhá-lo mas posso perdê-lo,
Feliz fico apenas por o termos jogado.

Perco-te nos dias, nas coisas que fazes,
Chamo-te mas respondes-me desfocada,
Pergunto-me o que fazer para tu me deixares ser,
Apenas ser perante ti, sem mais que o meu coração possa querer.

quarta-feira, 16 de maio de 2007

ANÁTEMA TEMPORAL [para outros, O RIO]

Na sequência de um repto dirigido pelo ínclito Amandio Sereno, consistindo na continuação de um texto por ele iniciado (confrontar www.tectofalso.blogspot.com, no qual está publicado o ínicio do texto), publica-se agora e virtualmente o desfecho que entendi criar:




Foi, de facto, foi. Na pequenez da sua sapiência, evocou a colecção de livros sobre as várias batalhas do desfecho da II.ª Grande Guerra (o seu pai fora ardina e, imagine-se lá, num devaneio futurista dum editor de jornal – um tal de, hoje extinto, “Comércio do Porto –, aquela colecção havia sido oferecida e o seu pai, ao fim de um dia de trabalho, guardara-a, resto de um qualquer jornal comprado, tendo, o seu adquirente, repelido tal colecção – talvez fruto de algum ódio pelos cemitérios ou não é isso o anti-semitismo?), mormente a bela da entrada na Normandia, o ocidental Dia D, 6 de Junho de 1944 e fez-se à ponte ou, em boa verdade, à água, à água de terra e de muitas raízes e ramos e outros caules…
Primeiro pé posto, o direito pois claro, ou não fosse ele destro; segundo, o pau firmado, em posição finca-pé (não sei qual é, mas também no sexo há uma eterna vontade em variar e criar), dum qualquer jeito no invísivel chão do piso da ponte; e temos o primeiro meio metro de dez percorrido. Enquanto busca o leitor a próxima frase, já o “Ti” David estava do outro lado do rio… Ofegante, estouvado e completamente ensopado em água da chuva (não me digam que queriam canja ou açorda caída do céu?), o velho levantou-se (então não perceberam que ele atrevessou tão depressa a ponte porque caiu naquela torrente de água que a cobria e acabou arrastado para a outra margem…), sacudiu-se e foi para casinha, pensando: ­- Espero que o comer seja porco assado! De seguida, lá pelas 22h36, debando para o centro de saúde a ver se arranjo vaga para as consultas e trato deste osso tibiotársico que devo ter deslocado quando bati nas paredes da ponte. Ou isso, ou bebo aguardente até não me doer mais!




Post Scriptum: igual repto Amandio Sereno celebrou com o autor do blog: http://hcpa.blogspot.com/... Assim, experimentem ler este desfecho alternativo.

segunda-feira, 14 de maio de 2007

1. CAMPEÕES!!! || 2. Horizontalidade Noticiosa

1. Há a velha máxima que é fácil criticar (e, aqui, apenas no sentido negativo), quando as coisas correm mal. Pessoalmente, não tenho mais vontade de ostentar o símbolo do meu clube num dia de vitória, num dia de festejo de conquista duma Taça Uefa ou da Champions do que num dia herdeiro de derrota, como a de ontem... Caminha fatalmente este meu Futebol Clube do Porto para a vitória do campeonato; fatalmente porque assim parece há muito destinado, carreando a gravidade da vantagem pontual de anteriores jornadas (sim, já desde o período natalício), porém fá-lo muito sofregamente, muito retraidamente... Cedo, confesso, eu que aplaudira a vinda de Jesualdo Ferreira para liderar a nossa nau; admito que Co Adriansen não me convenceu, pese embora o campeonato e taça conquistados, pese embora momentos de espectacularidade futebolística de elevadíssimo quilate, pese, até, maniacamente avento, ele pudesse ser perfeito (nos bastidores do futebol dizem-se muitas tolices - já as fazem até diante das câmaras e jornais -, mas uma dessas tolices eu gostaria de ver investigada: então não é que o tal sr. holandês, quando considerava que a entrega, aplicação dos seus pupilos não era a melhor, até os privava de comer segunda vez? Ou que os jogadores só poderiam comer depois da equipa técnica? Enfim, técnicas militaristas... Verdade?Fica o rumor...).
Mas, tudo isto para afirmar que sou ferveroso adepto do Futebol Clube do Porto e grito isto hoje, dia de rescaldo da derrota em cidade da madeira trabalhada (Derrota?Claro que sim.), dia em que mais prazer me dá afirmá-lo. Não obstante, não partilho da máxima popular com que inicei este post: até porque faz pleno sentido criticar quando as coisas correm mal, já que se se atinge o sucesso, destituído de sentido está quem anuncia rumo diverso... Retomando o que já acima vos deixara antever, vergo a minha razão e lamento que o mister Jesualdo não seja capaz de integrar em si e nos seus jogadores a desmedida bravura do estado de alma portista... São vários os exemplos do claudicar em jogos importantes, desde os do campeonato aos da Liga dos Campeões.... Consequência? Neste fim de campeonato, em igualdade pontual com o Sporting Clube de Portugal, ganham estes últimos... Aplaudo-os ou não tivessem eles um excelente meio-campo ofensivo e frente de ataque, sendo que o João Moutinho mais recuado torna bem razoavel o meio-campo defensivo. Então, João Moutinho, Nani agora recuperado, Djaló mais acutilante, um Romagnoli finalmente adaptado e um Liedson sabido contabilizam cinco excelentes jogadores (metade dos dez de campo)... Parabéns, pois, para os verdes da capital e para o merecedíssimo segundo lugar a concluir dia 20 de Maio.
Em conlusão, uma última nota ao meu F. C. Porto (e desculpem este saltitar temático, mas foi assim que discorri): ouvem-se sussurros escritos de que o Jesualdo poderá sair; oxalá se confirmem e haja a aposta na mesma receita que trouxe Mourinho até nós. Não sou apologista do sonho das repetições e de narrativas iguais, mas porque não o nosso Domingos Paciência? Parco em experiência? Já nem digo atentem no Mourinho, mas reparem no Paulo Bento - só treinou os juniores leoninos uma época e o Domingos, salvo superior correcção, leva duas da ex-equipa B do Porto e uma de União de Leiria...
2. Completamente ao lado, permitam-me a insensibilidade e irritação com os nossos canais informativos. Televisões e imprensa escrita. Não falo tanto da rádio, já que não sou assíduo ouvinte, mas é profundamente pobre um país jornalístico vestir-se das mesmas letras: MADELEINE... Decorreram já mais de 264 horas (11 dias) sobre o seu desaparecimento e continuamos na salóia ingenuidade de a encontrar ou, pelo menos, assim nos vendem as agências noticiosas esta peregrina e idiota esperança. Rio-me para fugir ao desespero de imaginar que o Ministro dos Negócios Estrangeiros, em cimeira da União Europeia, é questionado e responde acerca dalguma eventual conversa com a sua homóloga britânica, pergunta igualmente feita a esta última. Tudo isto sabem porquê? 27 de Dezembro de 1703: Tratado de Methuen: num português bonito, início da mais antiga aliança entre países ou, num português áspero e frontal, início do adágio "...para inglês ver." Até admito que não seja, mas não consigo perder a ideia de que este caso é mais um exemplo típico do quão pequenos somos: abominamos a concorrência interna, no sentido positivo do termo, apenas instingando o seu lado negativo (é muito típico dos nossos empresários a resistência a alianças, fusões,a um certo associativismo económico interno) e, perante os olhares internacionais aparentamos uma magnitude que internamente não aplicamos. Ser português é isto, não ter para nós, mas para os outros...

sábado, 5 de maio de 2007

C. M. L. e Outro

A sigla engana... Não, não é a Câmara Municipal de Lisboa; outrossim, não será Como Mandar em Lisboa; no meu singelo sugerir, leio nela Como Minar Lisboa... Neste jogo político, judiciário e de vaidosas pertinácias, adormecem os destinos da Câmara, os projectos que aguardam execução e as ideias que aguardam projecção... No mesmo instante temporal, vivem os anónimos que, per si ou em núcleo familiar, vencem ou sucumbem às agruras diárias e, cansados, acordam no dia a seguir...
Invocar-se-á a presunção de inocência até trânsito em julgado (ou, antevendo esse momento, poderia dizer: esperar Lisboa morta por paralesia executiva), mas eu invoco a Mulher de César. Diz o Povo:"À mulher de César não basta ser, tem de parecer."... Replicarão outros: Então serão os meros procuradores do Ministério Público (atente-se que, latentemente, este "meros" tem muita admiração e respeito, não necessarimaente pelos próprios...), enquanto responsáveis pelas investigações que ditarão quais as pessoas idóneas para o desempenho de cargos da "res publica"? Não pode um partido, instituição supostamente tida por auto-determinada, reunir e deliberar retirar apoio ao candidato, que apoiara em campanha eleitoral e em cerca de dois anos de mandato?Tudo pode, meu povo...
Ética? Honra e brio pessoais no admitir da parcialidade do ser humano? Haverá garbo e pundonor maiores do que o dar de cadeira? A entrega do poder? O orgulho de obra feita e dever cumprido? Este apenas um dos porquês da majestosidade da paternidade...
Aparte estas minhas considerações e com um moralismo despretensioso, e salvo o louvor pela presunção de inocência (que tal, já que tudo comporta excepções, porque não uma excepção à aplicação desta presunção? Tal presenução poderá ter plena e perfeita aplicação até ao momento em que colida com os interesses púlbicos, de protecção de instituição tão importantes como uma Câmara Municipal, sempre afirmando que a não aplicabilidade da presunção de inocência acarreteria, apenas, com a constituição de arguido, uma suspensão provisória do cargo - sempre se lembrará a necessidade da chancela, neste caso, de um juiz de instrução, mas dadas as grandezas em jogo, também isto, se terá por perfeitamente pacífico... - esta, uma solução a repensar e adequar), mas salvo essa presunção com que credibilidade se senta alguém como responsavel máximo da capital de um país???
Nota-se muito neste país, eventualmente noutros, o rabo pesado... Não se trata de nenhuma referência à inexistente ou deficitária actividade desportiva das mulheres portuguesas e consequente celulite rabial (dado o fenómeno de terciarização da actividade económica), não... Cinjo-me à força gravitacional que deve pender em cima dos ombros de muitos nossos políticos, na hora da honra e do assumir da nobreza de carácter, que sempre olvidam ou, mesmo desconhecem...
Numa meia leitura, enquanto escrevo, sinto triste este texto, maldizente e profundamente negativo... Como emergir? Eleições, indubitavelmente, eleições, pese embora não se adivinhem nomes para tal... No PS, João Soares? António José Seguro? O Sócrates que se emaranhe nesta questão, já que a concelhia de Lisboa é duma profunda apatia... No PSD? Santana Lopes e a inesgotável animosidade com o gnomo do Marques Mendes não lhe permitirá tal avanço... Paula Teixeira da Cruz? Desculpem, é mulher e o gnomo não é assim tão louco, sendo que de resto, confesso-me pobre para aventar mais nomes... Uma coisa é certa e eu desde já arrisco antecipar: embora muito pugne o Carmona para aguentar a canoa (para barco falta muito), estando a lutar perdidamente para colher o apoio dos Vereadores Suplentes e Independentes, a presidência da Câmara de Lisboa irá mesmo a votos...O mais engraçado, novo palpite meu, será ver o Carmona candidato independente e a perder...Com a direita partida, cds, psd e mais Carmona, três candidatos e talvez uma esquerda unida - CDU e PS - (ou já aprendeu a CDU, de vez, que necessita de se juntar como fez no tempo do João Soares), teremos um socialista no resto de mandato... Ao menos que arrume a casa...
Saltando à Madeira e ao fascismo económico dos apoios regionais às várias empresas, quem é permite que o mesmo ser que provoca eleições regionais se possa recandidatar? Eu até iria buscar o Código Civil e a alteração das circunstâncias: quando o AJJ foi eleito, foi-o num determinado quadro político e legal, que se alterou, mormente com a nova Lei das Finanças Regionais... Será isto suficiente para se poder falar num facto que sustenta o rasgar do Contrato Social e que, não bastante, permite que quem o rasga se disponha novamente a figurar como líder? E nisto dorme o meu país, dorme a Comissão Eleitoral que certamente se debruçou sobre a legitimidade dos candidatos e nada obstou... Vaie-se pois tal Comissão e seus ignóbeis e abjectos membros... Abuso de Direito? Não configurará um abuso de direito a recandidatura? Resultado: os maiores gastos eleitorais de sempre... Circo, circo para este povo.

quarta-feira, 25 de abril de 2007

TÁBUA AXIOLÓGICA

Atenta a transversalidade de leitores por mim pretendida,calculo que nem todos saibam o significado de axiologia e a sua relação com o dia de hoje... Em humilde e pessoal entendimento (muitos contestarão esta frase já que o meu entendimento extravasa qualquer conceito de humildade, o que não corroboro, mas, enfim, é a opinião da grei), a ciência da axiologia ou, em bom rigor, a teoria dos valores ou tábuas de valores é duma vastidão cujo debruçar aqui e agora não me permito (mesmo considerando a habitual extensão dos meus textos), porém, não olvidando o dia de hoje, 25 de Abril de 2007, este merece alguma reflexão:
- que valores orientam o estado de espírito por este dia? Falar-se-á em liberdade, em dar azo à criatividade e tudo mais que permita a novas mentalidades enterrar, em definitivo, os velhos do Restelo...
Certo, ainda assim, um vazio de significado; inexiste um elemento que relembre e, amiúde, renove o valor da liberdade, noutros moldes, ajustados às evoluções sociais registadas, aqui e na Europa...
Sinto certa a igualdade entre o dia de hoje e o dia 1 de Dezembro... O dia de glória, o dia de vitória, o dia da independência, o dia da revolta conseguida, o dia do valor supremo que muito estimo e prezo: LIBERDADE... Pena, lamento e choro, substantivos que ora elejo, já que a referida liberdade é, outrossim, paralela no plano da memória e do significado. Nem debato o inconhecimento histórico dos nossos dez milhões acerca de tão augustos factos, mas registo, debato e publicito a insensibilidade ao valor da LIBERDADE, liberdade individual e liberdade social...
Eu não persigo sendas alheias, muito menos do nosso preclaro Presidente da República, Cavaco Silva, mas anuo na importância dada hoje no seu discurso, no nosso Parlamento, à divulgação do valor da liberdade à classe jovem: é imprescíndivel esse esforço, é indispensável dada a crise social, presentemente, vivida, a flagrante crise de valores, que tanto tem projectado uma sociedade individualista e de anonimato...
O que fazer?, pois criticar não basta... Desde logo, não deixar o 25 de Abril para o fim dos programas escolares, engrandecê-lo das mais variadas formas: porra, basta de apoucarmos o que realmente de grandioso temos... Viva D. Afonso Henriques, viva D. João, Mestre de Avis, viva o Infante D. Henrique, viva Manuel de Arriaga, viva Mário Soares e viva Francisco Sá Carneiro...Tantos nomes e tantos rostos, até opostos, mas todos eles faces de liberdade: ensine-se pois a História da Nossa Liberdade.

segunda-feira, 23 de abril de 2007

país vs. Província



Confesso que hesitei na escolha temática deste terceiro post:

- a licenciatura ou pseudo-licenciatura de José Sócrates, apelidada pelo egrégio crítico prof. Marcelo Rebelo de Sousa de "licenciatura comprada na farinha amparo";
- o estado meteorológico actual, este calor que seca qualquer atomo de oxigénio;
- acabando, todavia, por desembocar no tema óbvio, que creio polémico dada a minha insensibilidade (adiante verão): o estado de saúde de Eusébio.


Ora, são, agora 20h07 de 23 de Abril de 2007, em Portugal Continental, horário de abertura dos noticiários dos três principais canais portugueses, tendo, todos eles, iniciado a emissão com o estado de saúde do nomenclaturado "pantera negra" (mas ele jogou no boavista?)... Ao que parece, após a realização da cirurgia, tudo correu pelo melhor, sendo que os clínicos promotores da conferência de imprensa [e quem são eles? O cirurgião, a anestesista (esta coitadita, ainda, de touca - devia ter vindo das piscinas) e o director clínico] que se seguiu àquela, clamam ainda por cautela, exigindo um período pós-operatório de 24h, para simples observação...

Sei que é de somenos importância, e só por louca lateralidade me impus a mim mesmo reflectir sobre isso: o local da operação do Sr. Eusébio - o Hospital da Luz... Podia fazer piadas fáceis, lembrar o Rui Costa e a bela da boa análise à ecografia do músculo da coxa direita, mas não vou; tampouco relembro o Micolli, Fabrizio e as constantes lesões mal recuperadas; pelo que me inibirei (como está no futuro, posso fazê-lo agora) de dizer coitadinho do Eusébio, visto que foi observado e tratado por médicos da Luz...

Ao invés de tal investida textual, coacto-me a conspirar o porque deste problema de saúde do Sr. Eusébio? Porque Agora? Raisparta, aquela festa de sexta-feira no aniversário da amiga deu mesmo jeito... Para quê? Então não sabem quantos dias tem este Hospital da Luz? Inaugurado, escassos dias antes, por sua Ex.ª o Presidente da Província, perdão, da República... Desculpem, nem por instantes quis insinuar o que aqui está latente, ou patente (conforme se é civil ou militar)...


Apesar de tudo, porquê este título? Provincianismo? Apenas porque os três telejornais abriram com a mesma notícia? Com a mesma imagem de uns médicos numa conferência de imprensa? Com repórteres no local de diferentes ângulos da sala? Porque pára o país quando algo importante acontece? Somos assim tão provincianos que facilmente nos desviamos da nossa rota? Somos (cite-se a romaria de assistir aos destroços de um qualquer acidente de viação- que, lembre-se mais não se mexerão, a não ser para serem removidos). Amália morreu, as televisões pararam, até para acompanhar a transladação para o Panteão Nacional, para rememorar apenas um destes acontecimentos mediáticos... Não controverto que se tratem de notícias unanimemente imprescíndiveis de constar da actualidade, mas Portugal não se esgota nesses assuntos, nem quando eles acontecem - ainda creio no país, ainda, que pequeno e não na Província.


Ademais, votos de boa saúde, para quem está doente...

sábado, 21 de abril de 2007

ACTUALIDADES (21 Abril 2007)

No semanário SOL:
"DCIAP confirmaIsaltino notificado da acusação do Ministério Público
Por Graça Rosendo
Ontem O Presidente da Câmara Municipal de Oeiras, Isaltino Morais, foi hoje notificado da acusação do Ministério Público (MP). Fonte do Departamento de Investigação e Acção Penal (DCIAP) disse ao SOL que o MP «já concluiu o inquérito e proferiu despacho final»." ;

Há meses lia um determinado opinion-maker da nossa praça, também ele dramaturgo, escritor e presidente de câmara, um tal de Moita Flores (esquecia-me que também se apelida de sociólogo, enfim uma espécie de Valentim Loureiro no que tange à intelectualidade ocupacional), afirmando que Portugal, e concretamente os Media portugueses, descobriram o tema da Justiça. Bonito, pensei eu. Vamos discutir o mapa judiciário, o financiamento da justiça portuguesa e uma série de outras questões de índole mais técnico-processual... Todavia, a descoberta do tema da Justiça aconteceu em sentido bem mais nobre, pelo que direi bem mais popular (e não, não me refiro ao Nobre Guedes e ao escândalo que o assolou naquele caso que também envolveu o Albarran)... Nada disso... A comunicação social descobriu a Justiça dos Públicos, dito de forma mais intelegível, a Justiça das Figuras Públicas... Arrisco dizer que tudo terá começado com a Casa Pia, sendo que empresas como a Media Capital, a Cofina estarão, para todo o sempre, agradecidos à Polícia Portuguesa e ao Carlos Cruz, afinal, a primeira grande figura pública, na hodernidade, cujo nome mereceu este novo destaque da Justiça nos tablóides escritos, fónicos e televisionados. Destarte, não posso deixar de lamentar que o Paes do Amaral, entre outros, não tenha pago um mísero almoço ao Carlos Cruz... E tudo isto porque o Sol hoje refere a acusação deduzida contra o Isaltino... Oxalá o rapaz não se isalte... (é óbvia, eu sei, mas nunca ouvi ninguém proferi-la e por isso fica dita, para se evitar um dia mais tarde uma piada desnecessária)... Assim se fazendo mais inteira justiça.



No Público:
"Partido Popular escolhe hoje presidente em eleições directas
Os militantes do CDS-PP escolhem hoje o próximo presidente do partido, entre o actual líder José Ribeiro e Castro e o ex-presidente Paulo Portas."
;

E eis que falo do PP, não do Paulo Portas, debruçando-me ainda sobre o CDS (esta é mais difícil, meter o nome de Ribeiro e Castro ali, mas vou arriscar), cuja sigla, como sobejamente se propala por aí, significa Casa De Saias. Ora vejamos: aquele cabelo do Ribeiro e Castro, aquele caracol lateral? Não mais é do que um ondulado cabelo de uma campina que acabou de dançar o rancho, na festividade promovida pela Junta de Pitões da Júnia... Acresce a já esta indiscutível verosimilhança o Paulo Portas...Dispensará comentários, mas eu sou gajo para destacar o olvidar da gravata, o peito escurecido não pela sombra do seu imponente nariz, mas pela película colada, barrada de marmelada angolana, assim produzindo o belo efeito do moreno...Belo?Sim, belo para o Elton John, para o Malato e para uns quantos entalados...Sobra a certeza já nascida após a rejeição do Telmo Correia em assumir a liderança do tal partido de nome Casa de Saias do Paulo Portas, certeza, então de que a Porta vai mas volta...aliás, como todas elas, mexem-se para um lado, mas retornam (direi como um bom filho, não é?)... Resta saber como reagirá o povo português e os fiéis votandes do Portas...acharão que a madeira apodreceu? Ou o alumínio escureceu (isto para citar apenas dois materiais usados na feitura de Portas)? Desculpem, esta dúvida: genial como é o povo português e isto apenas porque come muito queijo da Serra (tem de ser, diz-se que é um dos melhores produtos de Portugal), esquecerão a Porta mal fechada, a constipação provocada pela corrente de ar decorrente do abandono do líder e aclamarão, votando nele, o seu regresso na luta das urnas...



No Jornal de Notícias:
"Relação não vê razõespara libertar sargentoAcordo entre as partes e aparecimento de Esmeralda não foram tidos em conta na decisão sobre recurso para alterar medida de coacção." ;
Que prosápia merecerá esta notícia? Nenhuma, a mesma que a quantidade de justiça que reina neste caso... Brinco... Então faço a apologia da não justiça nos jornais e junto-me à causa? Desculpem, por momentos massifiquei-me... Entre outros casos mediáticos, este será dos mais acompanhados: julgareis, vós, que a Juíza do Processo, os Srs. Desembargadores da Relação não rejubilariam em conceder a liberdade do Sargento? Serem aplaudidos por multidões feitas em jornais, rádios e televisões? Pois queriam, mas haverão ali questões, cujo conhecimento a comunicação não quer dar, sob pena de gorar-se todo este espectáculo mediático e portanto, vamos implorando na ignorância: libertem o Sargento, sim esse aí, o que está preso, cuja medida detentiva da liberdade já considerada e reconsiderada por uma dezena de magistrados e nenhum deles vislumbrou hipótese de o libertar... Que porra, arranjem qualquer coisa: a comunicação social quer um final em glória...



Na Bola:
"Benfica
Simão falha deslocação à MadeiraSimão não vai à Madeira, onde o Benfica defrontará este sábado o Marítimo. O «capitão» apresentou queixas no joelho esquerdo, razão pela qual falhou o treino desta manhã e ficou de fora da convocatória elaborada por Fernando Santos.
Futebol
Liga: Benfica enfrenta teste na MadeiraO Benfica joga hoje frente ao Marítimo uma cartada decisiva nas suas aspirações em continuar nos lugares cimeiros da Liga portuguesa. Depois de resultados menos positivos, os «encarnados» precisam de conquistar os três pontos para diminuírem a pressão antes do aguardado «derby» da próxima jornada.
21-04-2007 09:04
Basquetebol
Benfica nas meias-finaisO Benfica venceu hoje por 77-72 no recinto do CAB Madeira e garantiu presença nas meias-finais da Liga portuguesa de basquetebol, nas quais vai defrontar o FC Porto, que derrotou o Ginásio por 98-72.
20-04-2007 23:54";

Por fim, hoje fui à bola, ao jornal... Quase jurei, após entrar na página de apresentação do jornal que havia chegado ao Jornal do Benfica (diz, outrossim, que o Benfica tem um jornal, apesar de o seu director, um tal de Fernando Seara, mas que não é agricultor, diz até que come a Polícia Judiciária (explique-se aos mais incautos: é casado com a Judite de Sousa), mas esse director já não escreve no dito jornal do SLB há meses visto estar incompatibilizado, mas não sai... enfim, a normal coerência dos políticos portugueses...) E que comentar sobre as headlines da Bola?As riscas vermelhas da Bola?São vermelhas, são bem vermelhas estas linhas...Cedo por ora, do verbo ceder porque afinal tem de existir um jornal para seis milhões de leitores...



POVO, foi o que me apeteceu escrever...