quarta-feira, 25 de abril de 2007

TÁBUA AXIOLÓGICA

Atenta a transversalidade de leitores por mim pretendida,calculo que nem todos saibam o significado de axiologia e a sua relação com o dia de hoje... Em humilde e pessoal entendimento (muitos contestarão esta frase já que o meu entendimento extravasa qualquer conceito de humildade, o que não corroboro, mas, enfim, é a opinião da grei), a ciência da axiologia ou, em bom rigor, a teoria dos valores ou tábuas de valores é duma vastidão cujo debruçar aqui e agora não me permito (mesmo considerando a habitual extensão dos meus textos), porém, não olvidando o dia de hoje, 25 de Abril de 2007, este merece alguma reflexão:
- que valores orientam o estado de espírito por este dia? Falar-se-á em liberdade, em dar azo à criatividade e tudo mais que permita a novas mentalidades enterrar, em definitivo, os velhos do Restelo...
Certo, ainda assim, um vazio de significado; inexiste um elemento que relembre e, amiúde, renove o valor da liberdade, noutros moldes, ajustados às evoluções sociais registadas, aqui e na Europa...
Sinto certa a igualdade entre o dia de hoje e o dia 1 de Dezembro... O dia de glória, o dia de vitória, o dia da independência, o dia da revolta conseguida, o dia do valor supremo que muito estimo e prezo: LIBERDADE... Pena, lamento e choro, substantivos que ora elejo, já que a referida liberdade é, outrossim, paralela no plano da memória e do significado. Nem debato o inconhecimento histórico dos nossos dez milhões acerca de tão augustos factos, mas registo, debato e publicito a insensibilidade ao valor da LIBERDADE, liberdade individual e liberdade social...
Eu não persigo sendas alheias, muito menos do nosso preclaro Presidente da República, Cavaco Silva, mas anuo na importância dada hoje no seu discurso, no nosso Parlamento, à divulgação do valor da liberdade à classe jovem: é imprescíndivel esse esforço, é indispensável dada a crise social, presentemente, vivida, a flagrante crise de valores, que tanto tem projectado uma sociedade individualista e de anonimato...
O que fazer?, pois criticar não basta... Desde logo, não deixar o 25 de Abril para o fim dos programas escolares, engrandecê-lo das mais variadas formas: porra, basta de apoucarmos o que realmente de grandioso temos... Viva D. Afonso Henriques, viva D. João, Mestre de Avis, viva o Infante D. Henrique, viva Manuel de Arriaga, viva Mário Soares e viva Francisco Sá Carneiro...Tantos nomes e tantos rostos, até opostos, mas todos eles faces de liberdade: ensine-se pois a História da Nossa Liberdade.

3 comentários:

J disse...

Neste momento estou de pé (de pau feito) a cantar o hino.

Anónimo disse...

Lol pensei em fazer um comentário sério, depois deste 1º, árdua tarefa.
Ora bem, não obstante o escasso conhecimento histórico de milhões (não 10, espero!) e a insensibilidade ao valor citado, questione-se o conceito. Haverá condições para exercer uma verdadeira Liberdade individual? Que Liberdade procuramos? O que é, afinal, ser Livre? Para alguns a anarquia; quimera para outros. Para a maioria, creio, o pressuposto do pleno gozo dos seus direitos. Bem, esta questão ficará para outra discussão, mas, já agora… a nossa Constituição não consagra os direitos à segurança, à justiça, à educação e à cultura e, ainda, uma catrefada (perdoem-me a leviandade do termo) de liberdades?! E a grei que labuta diariamente, tão só, pela subsistência, será esta livre?

C disse...

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