quarta-feira, 4 de março de 2009

STILL


(Quadro de Jan Davidszoon deHeem-Still Life of Books)


TELETRANSPORTE:

- Naqueles idióticos inquéritos de pseudo rádio juvenil, questionavam-se as pessoas sobre, no caso de serem um super-herói, qual o super-poder que gostariam de ter. Sem dúvida o teletransporte, seria a minha resposta. Assim, proponho-Vos uma rápida teletransportação até este link:


Será doravante o meu espaço de expressão, como autor, no mundo dos blogues...
É, portanto, uma pausa nestes Despojos Intelectuais.

Até.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Sóis de Inverno


Dia de Sol seco, ao qual não me dou sob pena de agravamento da gripe. Há que conter o calor, ditoso o remédio pela transpiração. Nisto já vão dias, todos terminados, mas todos de larga e infindável caminhada, de prostrar na cama, quando tudo em volta e lá fora se agita, em nova criação ou urdida repetição quotidiana. E eu pergunto: “Que tal a vacina da gripe matar o vírus ou sua estirpe deste ano e não do transacto?” Em sábio, baixo e fácil exclamar termino: “Ele há porras!”



O Sol sobre as costas, enquanto eu, na esplanada envolta em vidro de bar de praia, percorria actos da vida, como a ultrapassagem de ontem, que me fez, quilómetros à frente, terminar no meu destino, pelo menos naquele dia. Eu relato esses segundos: primeiro, o tédio da condução certa e não errática, atrás do paulatino carro. Minutos e metros depois, o definitivo aborrecimento, inferindo pela ultrapassagem; porém, quase escassos os momentos de estrada propícia, senão a recta de quase oitocentos metros, na estrada de uma faixa para cada sentido. Nisto se pensa, nisto surge o momento de ultrapassagem e nisto se parte para ela. Contudo, já o nariz do meu carro calcorreia o sentido oposto e se avista um carro, em sentido contrário. Agora? Agora vive-se ou não, aceleramos ou aquietamo-nos. Naquele tempo, foi momento de ir, de não retroceder e de ser parvamente nada mais que irresponsável. Em sorte de risco não controlado, completou-se a manobra sem incidente maior, que não duas buzinadelas e com um imenso pulsar no meu peito. Estúpido, fui-o flagrantemente. Tremente, abro o peito à respiração, como se suspenso estivesse. Porquê gostar disto?

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

terça-feira, 30 de setembro de 2008

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

TEMPO DE PROCESSAMENTO

Uns olham e apaixonam-se.
Outros sentem-se vistos e dão por si acercados do amor que aceitam receber.
Uns correm, ofegantes e outros recriam-se por tal espectáculo.
Uns pensam e outros executam.

Na variedade do tudo, muitos desaguámos no nada.
Tão comum a bons e maus seres chegar ao zero, à tristeza do fim da escalada, sem mais por onde subir ou ao arrepio constante da estadia ao nível do mar.
Bipolaridade, pois.

Evito correr no carro e acumular excessivos consumos de combustível, lento ando, lento chego e mais demoro.
Não vou e fico, fico e perco a ida.

Ser sozinho.
Ser sozinho.
Ser soziho e satisfazer-nos em consciência nisso.
É aí que moro.
Ao ser.

Ainda assim, em diferentes tempos de processamento, no fim todos chegamos ao mesmo, a hoje e à morte.

domingo, 24 de agosto de 2008

Evorada




Entristeço-me, porventura, vezes demais com o quotidiano ameno do nosso país;
Todos começámos pequenos e terminámos mortos, tão prosaica, velha e rota verdade;
O destaque surge no entrementes, em boa concretização do adágio popular: “No meio está a virtude.”;

Nesse imenso espaço, maior ou menor, histórias de vidas:

– Hoje, Évora, Nélson Évora. Começou pelo salto em altura, magoou-se no joelho, ainda júnior, e contornou mascaradas impossibilidades, praticando o salto em comprimento e o triplo salto. Aportou agora neste último e aportou logo no mais magnânimo barco de todos, o Olímpico.

Assim se conquista, meritoriamente, a imortalidade da lembrança colectiva de Portugal e do Mundo; são já muitas as suas conquistas e largo o planetário reconhecimento. Com a marca olímpica de 17,67 metros, Jonathan Edwards e os seus 18,43 m estão ainda algo distantes, mas nem por isso intangíveis, fosse lá, por ridículo raciocínio, parar quem nunca o fez, quem Évora é.

Em português nu: “Venha quem vier, só Lopes, Mota, Ribeiro e Évora fizeram entoar e entrar nos ouvidos de todo o Mundo a “Portuguesa” e, FODA-SE, não há nada maior, no que tange ao impacto mundial global (as audiências televisivas comprovam-no), que os Jogos Olímpicos.

Acrescento, em nota final, o carácter do atleta e do meio que o envolveu: simples, muito humano, perseverante, sofredor, quente, divertido e certo na hora do rigor. Não abdicam, quer o atleta, quer o seu treinador da descontracção, do gozo, do divertimento no trabalho, afinal, tão secular segredo do êxito, quando acompanhado do labor diário intenso, ainda que, certos dias, aparente ser improdutivo.

Vénia para eles, atleta e seu treinador Ganço.

Sobre esta onda de insatisfação colectiva quanto aos demais atletas, censuro somente a Telma Monteiro por ter culpabilizado a arbitragem pelo seu insucesso, tão fácil a um desportista vencido e nada credibilizador da ideia que tenha dado todo o seu máximo… Falhar, falhamos todos: ninguém, certamente, mais triste do que ela.
Ademais, é generalizado este jeito português de espelhar em si o êxito dos outros, esperando que esses o conquistem e, misteriosamente, o repartam para alegrar a mediania colectiva… Há dias, com particular atenção, dado que era dito em Espanhol, ouvia um anúncio promotor do que é ser Espanhol, protagonizado por Pau Gasol (basquetebolista Espanhol, com imenso êxito na NBA) que falava do bom que era ser reconhecido pelo seu trabalho, mas melhor destacava o bom que é catapultar o seu país no Estrangeiro, transmitindo uma mensagem de responsabilidade activa, na imagem e projecção da Espanha no estrangeiro, mas outrossim dentro de portas, terminando com a frase dirigida aos seus compatriotas: “Temos essa responsabilidade”. Nacionalismos à parte, melhor veríamos e melhor desfrutaríamos dos Jogos Olímpicos se simplesmente os acompanhássemos, sem querer que o Évora, a Naide, a Vanessa ou o Gustavo nos trouxessem uma medalha… Simplesmente apreciar como quem rejubila com o Phelps e outros heróicos actos ali praticados.

Faça-se Portugal feliz por cada Português, interiormente firmado e não à bolina de um qualquer vento externo do vizinho do lado.

P.S.: Por mais que odeie e verbere as histórias que nos chegam da comunista China, foram mesmo os melhores Jogos Olímpicos de Sempre, ao nível da organização e da espectacularidade que esta lhe pretendeu incutir, por mais que eles não merecem sabê-lo.