terça-feira, 28 de outubro de 2008

Sóis de Inverno


Dia de Sol seco, ao qual não me dou sob pena de agravamento da gripe. Há que conter o calor, ditoso o remédio pela transpiração. Nisto já vão dias, todos terminados, mas todos de larga e infindável caminhada, de prostrar na cama, quando tudo em volta e lá fora se agita, em nova criação ou urdida repetição quotidiana. E eu pergunto: “Que tal a vacina da gripe matar o vírus ou sua estirpe deste ano e não do transacto?” Em sábio, baixo e fácil exclamar termino: “Ele há porras!”



O Sol sobre as costas, enquanto eu, na esplanada envolta em vidro de bar de praia, percorria actos da vida, como a ultrapassagem de ontem, que me fez, quilómetros à frente, terminar no meu destino, pelo menos naquele dia. Eu relato esses segundos: primeiro, o tédio da condução certa e não errática, atrás do paulatino carro. Minutos e metros depois, o definitivo aborrecimento, inferindo pela ultrapassagem; porém, quase escassos os momentos de estrada propícia, senão a recta de quase oitocentos metros, na estrada de uma faixa para cada sentido. Nisto se pensa, nisto surge o momento de ultrapassagem e nisto se parte para ela. Contudo, já o nariz do meu carro calcorreia o sentido oposto e se avista um carro, em sentido contrário. Agora? Agora vive-se ou não, aceleramos ou aquietamo-nos. Naquele tempo, foi momento de ir, de não retroceder e de ser parvamente nada mais que irresponsável. Em sorte de risco não controlado, completou-se a manobra sem incidente maior, que não duas buzinadelas e com um imenso pulsar no meu peito. Estúpido, fui-o flagrantemente. Tremente, abro o peito à respiração, como se suspenso estivesse. Porquê gostar disto?

segunda-feira, 6 de outubro de 2008