sábado, 26 de janeiro de 2008

Tributo ao Portugal Desportivo Profundo

Nem se riam dos erros ou de tudo, mas aplaudam quem se expõe. O Eduardo Prado Coelho, aquando da sua morte, reuniu, em inquestionável vénia, o sentimento de reconhecimento pelas brilhantes críticas ou lados que destacou... Quem é mais? O actor ou crítico? O povo ou o filósofo/sociólogo? O produtor ou o analista? Sem dúvidas, os actuantes... Concordam?

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

HOJE.

Chega sempre fausto ao porto,
Arrasta ao seu lado robustas ondas,
Imponente na frontal proa,
Inexorável aos pequenos botes que capota.

O seu horizonte tão sobranceiro e distante,
Nem se perturba em fitar quem o reclama,
Altiva-se inatamente, apenas porque pensa,
E apenas porque sabe que o faz bem.

Todavia, no inesperado dia da Tormenta,
O peso da sua magnitude impede que se esconda,
E fica, sem mais, vulnerável,
Como aqueles pequenos botes descobertos e abandonados.

Da imperial Força do Tudo,
O Nada igual a Todos,
E o erro em tão frontal e efectivada premissa.
Vivam a Europa do pós II Grande Guerra ou a Lisboa Pombalina!

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

ODISSEIA

Equiparável ao sem fim Tempo,
Apenas o sem fim Espaço,
Soberanamente copiosos os segundos em que me fixas,
O momento em que inebrio a tua alma,
E dela ressalta o brilho que os teus olhos confessam.

O profundo suspiro, em resposta,
Denota a força com que se vivencia,
Enlevados se confessam os “Amados”,
Diluídos naquele sentimento de Quimera.

No toque daquele gesto lento e suave,
O arrepio quente de quem sente,
O beijo de regresso e a mão de enlace,
Em tréplica, o sorriso etéreo e perene.

Olvidámos que os instantes corridos não se repetem,
Acreditámos na iteração do supremo,
Tão humanos somos.

Não!
O corrido tempo nunca se conjuga no Futuro,
Mas, em quotidiana evolução, habita a solução.
Ao espaço e ao Tempo e à unicidade das suas ir(reverências).

domingo, 13 de janeiro de 2008

PAZ

O helénico Olimpo, no cume deste monte,
Nunca devolve os olhares, preces e tudo mais a ele apelado,
Narrativas há que juram, de honra,
Ser este um palco de Ferinas lutas;

Naquele dito Santuário em lusas terras,
Reina a quietude de joelhos escoriados,
Expiam-se erros ou desventuras,
Na crença da sua superação.
Nisto, a Paz Interior.

Resta, a Paz Social.
Aquela que não existe,
Ressalta apenas em ideias,
Como o “Imagine” do Lennon ou a "Utopia" de More.

Na imposição da evolução,
No não consenso dos caminhos,
No estabelecimento de horizontais axiologias,
Reinará, perenemente, a incomodidade e o conflito, até de morte.

Riam-se: não é perverso;
Morre-se para viver,
Fenecendo mais além do colo donde paríramos;
Do infinito espaço, a não finda metamorfose.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

GUERRA

Sumido o vigésimo século da era cristã,
Nele não se contornam as Duas Grandes Guerras;
Desde as trincheiras até aos ataques aéreos,
Pesam os heróis e suas histórias,
Deslembram-se os mortos, sem fim contado.

Rodem o Globo e, mofinamente, notem,
É geral o mal e universal o nojo,
É principesco o Amor
E de rei o Ódio.

Guerra? Espelhem o que somos,
Transpirem para os poros os interiores sentimentos,
Cheirem a negatividade e a descrença ao Outro,
Aí, nesse desequilíbrio, sobranceia a Guerra.

Matar com mandato,
Matar sob desígnio, endeusado ou nacionalista,
Matar, decidindo em instante reduzido,
A sorte do azarado inimigo,
No papel que troca conforme sopra o vento
E encontra, em guarda ou descuido, o hostil próximo.

Lutam-se domínios,
Prevaleceres, maioridades sem maturidade,
Teimosias e orgulhos, economias e riquezas,
Em tanto se resume a Guerra,
Em pouco se perde a Vida.
Rio da vã glória do guerreiro vencedor,
Exorto a fraqueza de mais um morto que nem choro.

E as Guerras Legítimas do Conquistador?
E de tantos outros que corporizaram Nações?
Não sei. Eis-me aqui, no Portugal conquistado, à custa da frieza de Guerras…
Justas? Ouso dizer não, ancorado na crença do homem maior e Universal.

No fim, Paz.
O eterno retorno, ainda que alterado.
Conforto para uns, aridez para outros;
Guerra, a mortal conquista,
Cedo nuns, tarde noutros, sem mais que haja.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Toda a Verdade

Lisboa – Dakar 2008
Tudo a postos para arrancar a maior caravana do mundo. Atravesso o pensamento e julgo não cair em erro ao classificar a caravana do Lisboa – Dakar como a maior caravana do que quer que seja… São 600 equipas, jornalistas, organização, enfim, um sem fim de tudo.
Cancelaram. Quando? Na véspera, não fosse alguém não estar a postos para a partida. Querem o motivo? Eu dou. Seguradoras. Seguradoras Francesas. Após as recomendações do Governo Francês, baseadas nas informações das Suas Secretas, que interceptaram telefonemas de membros terroristas da Al-Qaida, a organização francesa do Lisboa – Dakar decidiu cancelar a prova. É absolutamente monstruosa a rede de patrocínios, de investimentos que se perdem e não obtêm o respectivo retorno… Até a taberna do “Ti Chico” em Portimão, que tinha encomendado trinta e sete grades de cervejas, vai ficar com o stock cheio, a aguardar melhores bebedeiras.
Um valor inquestionável emergiu. As vidas humanas? Não, as contas bancárias das seguradoras francesas que cobrem/asseguram os riscos inerentes a uma prova deste tipo. Estão no direito delas? Até estão, pela alteração excepcional das circunstâncias no qual negociaram (vide Cód. Civil), mas custa. Se já frusta de forma tão evidente os vários pilotos, dói-me ficar privado este ano das imagens deste extraordinário rally e tudo, tudo por meras ameaças terroristas…
Como sempre, em mais um meu apanágio da liberdade, porque não colocar na disponibilidade e esfera decisória dos participantes tal risco? O eterno paternalismo organizativo é salutar, mas ao ponto de se cancelar uma prova, com base em ameaças…? Já nem discuto o cancelar de certa etapas ou o rápido re-desenhar dalgumas delas, não discuto porque não acho justo. Agora, injusto é privar-nos desta prova, quando tantos actores se predispunham a correr tal risco. Será justo permitir tal exposição? Sim, a vida humana é inviolável, mas é igualmente indelegável. Ao risco, pois!

Petróleo
Veiculam alguns doutos sapientes génios que, pasmem, nos últimos anos as reservas de petróleo aumentaram… Diz que se descobriram uns quanto mais poços de petróleo… Acredito, mas a desinformação é tão quotidiana, que não se deve fechar os olhos nem à escuridão.
Em breve, deverá o mercado de Londres atingir, como já aconteceu na Bolsa de Nova Iorque, os $ 100,00 por barril… Analistas há que afirmam sem hesitar: durante os próximos cinco anos manter-se-á esta escalada do preço do petróleo. Li há dias que em cada hora de energia que consumimos (eléctrica, entenda-se) cinco minutos são provenientes de fontes renováveis, mormente da eólica. Aplauda-se, mas reinvista-se bem mais neste sector, sobretudo aproveitando a costa portuguesa e a força das ondas.
Há, concomitantemente, a concreta questão dos carros, “always oil addicted”. Os híbridos são pouco atraentes aos olhos do público e, confesso, aos meus outrossim, mas, como sempre na Humanidade e na superação das crises, tudo se recria. Sem alarmismos, sem sequer ousar conjecturar um associativismo maior nos países produtores de petróleo (imaginem os países sul-americanos unidos aos países do Médio Oriente), sem hipotizar que os EUA se dedicarão ainda mais à conquista do ouro negro (pela via das armas), espero um atitude mais firme da nossa União Europeia, agora eventualmente mais potenciada, com o renovado oxigénio dado pelo Tratado de Lisboa e um digno e inquestionável representante internacional dos 25. A aguardar e aguardar por muitos e largos anos (o que já não seria mau).

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

1 de Janeiro de 2008

Louvo-lhe o facto de ser feriado. Não que louve o facto de não trabalhar, que louvo desde que nesta pequena medida porque trôpegos não embarcamos na evolução e na luta pelo melhor dia de Amanhã.
Lutamos por isso: superar o dia de hoje. It’s whorth while? It’s whort it? Fucking good question… A resposta óbvia, dada no sentido positivo, esclarece que sim, pois sem espírito de crescimento limitar-se-ia o tempo a correr e a alma a perecer. Curioso reparar que até nesse aspecto nos acompanha o físico ou será a mente que o acompanha? Crescemos fisicamente e espera-se o incremento mental, afinal rejeitamos aqueles cuja idade mental não acompanhou o corpo...
Há estes dias, embora plurais, acontecem uma vez no ano. Parámos. Balanceámos e fazemos um balanço, ainda que não reuníamos nem um dos vários anos tendentes à obtenção do grau académico de licenciado em Contabilidade. Mais do que um Balanço, elaborámos vários, na eterna apetência para a tese, antítese e a síntese resolutória. Concluímos pela imperfeição, hoje, amanhã e mesmo mortos. Ao erro!