segunda-feira, 14 de maio de 2007

1. CAMPEÕES!!! || 2. Horizontalidade Noticiosa

1. Há a velha máxima que é fácil criticar (e, aqui, apenas no sentido negativo), quando as coisas correm mal. Pessoalmente, não tenho mais vontade de ostentar o símbolo do meu clube num dia de vitória, num dia de festejo de conquista duma Taça Uefa ou da Champions do que num dia herdeiro de derrota, como a de ontem... Caminha fatalmente este meu Futebol Clube do Porto para a vitória do campeonato; fatalmente porque assim parece há muito destinado, carreando a gravidade da vantagem pontual de anteriores jornadas (sim, já desde o período natalício), porém fá-lo muito sofregamente, muito retraidamente... Cedo, confesso, eu que aplaudira a vinda de Jesualdo Ferreira para liderar a nossa nau; admito que Co Adriansen não me convenceu, pese embora o campeonato e taça conquistados, pese embora momentos de espectacularidade futebolística de elevadíssimo quilate, pese, até, maniacamente avento, ele pudesse ser perfeito (nos bastidores do futebol dizem-se muitas tolices - já as fazem até diante das câmaras e jornais -, mas uma dessas tolices eu gostaria de ver investigada: então não é que o tal sr. holandês, quando considerava que a entrega, aplicação dos seus pupilos não era a melhor, até os privava de comer segunda vez? Ou que os jogadores só poderiam comer depois da equipa técnica? Enfim, técnicas militaristas... Verdade?Fica o rumor...).
Mas, tudo isto para afirmar que sou ferveroso adepto do Futebol Clube do Porto e grito isto hoje, dia de rescaldo da derrota em cidade da madeira trabalhada (Derrota?Claro que sim.), dia em que mais prazer me dá afirmá-lo. Não obstante, não partilho da máxima popular com que inicei este post: até porque faz pleno sentido criticar quando as coisas correm mal, já que se se atinge o sucesso, destituído de sentido está quem anuncia rumo diverso... Retomando o que já acima vos deixara antever, vergo a minha razão e lamento que o mister Jesualdo não seja capaz de integrar em si e nos seus jogadores a desmedida bravura do estado de alma portista... São vários os exemplos do claudicar em jogos importantes, desde os do campeonato aos da Liga dos Campeões.... Consequência? Neste fim de campeonato, em igualdade pontual com o Sporting Clube de Portugal, ganham estes últimos... Aplaudo-os ou não tivessem eles um excelente meio-campo ofensivo e frente de ataque, sendo que o João Moutinho mais recuado torna bem razoavel o meio-campo defensivo. Então, João Moutinho, Nani agora recuperado, Djaló mais acutilante, um Romagnoli finalmente adaptado e um Liedson sabido contabilizam cinco excelentes jogadores (metade dos dez de campo)... Parabéns, pois, para os verdes da capital e para o merecedíssimo segundo lugar a concluir dia 20 de Maio.
Em conlusão, uma última nota ao meu F. C. Porto (e desculpem este saltitar temático, mas foi assim que discorri): ouvem-se sussurros escritos de que o Jesualdo poderá sair; oxalá se confirmem e haja a aposta na mesma receita que trouxe Mourinho até nós. Não sou apologista do sonho das repetições e de narrativas iguais, mas porque não o nosso Domingos Paciência? Parco em experiência? Já nem digo atentem no Mourinho, mas reparem no Paulo Bento - só treinou os juniores leoninos uma época e o Domingos, salvo superior correcção, leva duas da ex-equipa B do Porto e uma de União de Leiria...
2. Completamente ao lado, permitam-me a insensibilidade e irritação com os nossos canais informativos. Televisões e imprensa escrita. Não falo tanto da rádio, já que não sou assíduo ouvinte, mas é profundamente pobre um país jornalístico vestir-se das mesmas letras: MADELEINE... Decorreram já mais de 264 horas (11 dias) sobre o seu desaparecimento e continuamos na salóia ingenuidade de a encontrar ou, pelo menos, assim nos vendem as agências noticiosas esta peregrina e idiota esperança. Rio-me para fugir ao desespero de imaginar que o Ministro dos Negócios Estrangeiros, em cimeira da União Europeia, é questionado e responde acerca dalguma eventual conversa com a sua homóloga britânica, pergunta igualmente feita a esta última. Tudo isto sabem porquê? 27 de Dezembro de 1703: Tratado de Methuen: num português bonito, início da mais antiga aliança entre países ou, num português áspero e frontal, início do adágio "...para inglês ver." Até admito que não seja, mas não consigo perder a ideia de que este caso é mais um exemplo típico do quão pequenos somos: abominamos a concorrência interna, no sentido positivo do termo, apenas instingando o seu lado negativo (é muito típico dos nossos empresários a resistência a alianças, fusões,a um certo associativismo económico interno) e, perante os olhares internacionais aparentamos uma magnitude que internamente não aplicamos. Ser português é isto, não ter para nós, mas para os outros...

3 comentários:

Anónimo disse...

Mr. Russell não me agradou este remate pesaroso e quase resignado...
Quanto ao seu post futebolístico fez-me lembrar um certo especialista da matéria que é capaz de desenvolver por horas um só comentário desportivo (ainda que não seja telespectadora assídua). Mas foi bonito :) Ademais, F.C.P. CAMPEÃO!!

J disse...

Ser português é isto: não haver no velho continente homem algum que nos faça frente, para mostrar aqui na terra, no frio da Europa central ou até à rainha de Inglaterra, que não há maiores caralhos do que os caralhos de Portugal.

Anónimo disse...

Admiro o teu desportivismo.
Como Sportinguita, e também me considerando um desportista em primeiro lugar, deixo-te os parabens pelo campeonato.
Talvez sem a palhaçada de leiria e a mãozinha do Ronny em Alvalade o titulo fosse de outra cor mas isso são sempre os ses.
Não acho que fique mal entregue.
Quanto ao resto, acho que tens de te esforçar mais um pouco. Não chega, antes pelo contrário, usar palavras mais elaboradas ou pouco usadas.
Mas força.
Vou passando por aqui...