sábado, 16 de agosto de 2008

Zénite Desportivo

Tenra idade exibia eu quando li um imenso livro juvenil sobre os jogos olímpicos, na antecâmara de “Barcelona 92”, com o celebradíssimo hino do Freddie Mercury (“TUDO SOBRE OS JOGOS OLÍMPICOS”, Walt Disney, Edição Abril Jovem, 1992). Nele uma imensa figura se destacava como impulsionador máximo dos Jogos Olímpicos da Modernidade – o Barão Pierre de Cobertin.
Que ideário na base de tal louca ideia de relançar “Jogos Universais e Totais” do Desporto no ano de 1896? Em resumida e aglutinadora máxima: “O importante é participar” e era. Realizam-se de quatro em quatro anos e logo aí nasce todo o seu magnetismo, singular em cada uma das suas vezes, imprevisível ao mais forte dos atletas.
Que histórias encerra? Sonhos de pequenas pessoas transformados em ícones de heroísmo, não pela arrogância magnânime dos seus actos, mas pelo prazer de serem vistos em tão loucos actos bem para lá do limite do vulgar Homem. É isso que aplaudimos.
Ergo aqui Jesse Owens que ordenou a retirada de Hitler (ao menos assim reza a história nas Olimpíadas de Berlim de 1936) da Tribuna, onde assistia à prova de salto em comprimento e, aí matou-se, o mito da raça ariana, já que o Jesse era negro, lá do Alabama. Lembro que o indesmentível objectivo da Alemanha em organizar esses jogas era demonstrar o tal poderio de tal raça…
Há muitos outros, como Mark Spitz, Cassius Clay, Bikila, Nádia Comaneci e muitos outros que a memória não elege ou desconhece… Vou apenas falar de mais um: Michael Johnson… Di-lo-ia Chita, mas com forma de Gazela, tamanha a velocidade mas o estilo imponente com que se projectava na pista, nos 200 e 400m; e que avanço dado (http://www.youtube.com/watch?v=NTjk770KoR0 – espreitem também). Este é do meu tempo e sem igual. Um hino.
E estes “Pequim 2008”? Sem maledicências propositadas, sinto-o um fracasso anunciado. A ver.

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