quarta-feira, 12 de março de 2008

POR ONTEM E TRANSANTEONTEM

Num inegável patriotismo comentariado, sob a desculpa de um jogo, suplantámos o mortal quotidiano e agigantamos uma cidade e seu clube de futebol, como o melhor da Europa, tempos depois, melhor do Mundo. Como sabe bem lembrar tempos recentes de glórias além fronteiras, ainda que contem, já, três vezes 365 e quase uns 366. Isto hoje porque ontem emergiu na nação portista a frustração da meta tocada e não ultrapassada. Abomino repetições e moralidades continuadas, mas, para infelicidade minha e de outros tantos como eu, o “lack” de coragem de Jesualdo na primeira mão fez-nos pagar um preço bem caro. Permitam-me corrigir, falta ao Jesualdo um querer assumir o jogo de forma explícita, mormente naqueles supostamente mais difíceis, privilegiando ou guarnecendo de mais o lado e o momento defensivos do jogo portista, em detrimento da saída para o ataque, que ele tanto quer rápida, mas que se mostra prejudicada pela falta de jogadores prontos a executar tais tarefas, já que estão predefinidos para serem mais cautelosos. Falo de Raul Meireles e Lucho Gonzalez, os dois jogadores instrumentais na transição entre esses dois momentos essenciais do futebol e que no jogo disputado na Alemanha não gozaram duma tão grande liberdade táctica como ontem, ou se preferirem, não receberam do seu treinador o incentivo e confiança necessários para jogarem mais adiantados.
Deixo aqui uma sincera vénia à manga de jogadores portistas: soberbo jogo, o de ontem, naturalmente com imperfeições, mas direi que foram tão-somente as bastantes, para acalentar a evolução no futuro (ainda que, espero, sob a égide doutro mestre de embarcação). Se dontem alguma coisa positiva resultou, talvez a permanência por mais um ano do trio decisivo no ataque do FC Porto, Lucho, Quaresma e Lisandro. Oxalá permanecem ou, destes, apenas um parta. Sejamos assim, apenas e menormente, campeões nacionais.

Sem comentários: