terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

SELECÇÃO

Idos cerca de três anos e meio sobre o Euro 2004, Portugal defrontou a Itália na Suíça e acabou derrotado por 1-3. Em consequência, a reflexa reclamação face a tão valiosos jogadores, em quase todas as posições (excepcionem-se as de defesa esquerdo, médio defensivo e ponta de lança). É claro que temos jogadores de elevada qualidade técnico-táctica, porventura até individualmente de carácter consistente, ainda que moldável, mas que falham no sentido colectivo e inerente dinâmica colectiva.
Óbvio: urge criar uma equipa e não, meramente, colocar os valores a jogar. Nunca sendo acrítico, reconheço o mérito da era Scolari e da sua metodologia. Ainda assim, como já fora algures celebrizado, não há vacas sagradas e nem o mentor máximo está isento de críticas. Falam-se rabos pesados, tiques de estrela, mas, em boa verdade e na mais crua e directa das análises, falta obter dos jogadores de Portugal, mais do que a soma do jogo de cada um. Importa encontrar ou trabalhar o algo mais, que no futebol traduz matemática diferente, isto é, um mais um não é necessariamente igual a dois, pois se Quaresma e Ronaldo jogarem juntos darão quatro ou cinco…Basta lembrar a clamorosa oportunidade de Portugal ter inaugurado o marcador contra a Itália (mesmo antes do primeiro golo destes), em que o cigano endereça a bola ao C. Ronaldo com demasiada força, talvez crente na velocidade deste, mas que não foi tão supersónica, pois quando encontrou a bola estava já completamente desenquadrado com a baliza e a equipa italiana havia recuperado. Trabalhe-os Scolari.

Sempre me perguntei como conseguiram os ingleses, tão pequenos no global planeta serem tão gigantescos em quase tudo… Temos o Japão, também espacialmente diminuto, e uma imensa potência mundial. Há, em contraponto, países geograficamente imensos como o Brasil, a Índia ou outros, ditas potências em emergência, mas ainda a anos-luz da qualidade de vida dos países ocidentais ou dalguns mais a Este, como o Japão.
Desfrutemos destas glórias entre nações, enganando a razão e esquecendo o muito que falta, em tudo o resto.

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